No último ano, apenas a vacina de BCG atingiu a meta estabelecida de 95% do público-alvo imunizado. Todas as demais vacinas tiveram, em 2018, coberturas abaixo desse percentual.
Segundo dados do PNI (Programa Nacional de Imunizações), disponibilizados pelo Datasus, uma das que têm percentual mais baixo, especialmente na segunda dose, é a vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), que atingiu apenas 76,3% do público-alvo. De todos os estados, apenas Mato Grosso do Sul ficou acima da meta, com 97,3% do público-alvo vacinado.
"Quando é indicado duas doses, uma dose apenas não é suficiente para a imunidade requerida", explica a sanitarista Cristina Rocha, que atuou por mais de um década no Ministério da Saúde e hoje é superintendente de Vigilância em Saúde de Alagoas. "Apesar de necessárias, as segundas doses das vacinas sempre atingem números menores".
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, a queda vacinal contribuiu decisivamente para o ressurgimento do sarampo. "Isso não só no Brasil, mas em todo o mundo —embora cada país tenha sua explicação", diz.
"A baixa cobertura vacinal pode acarretar a volta de qualquer uma dessas doenças que a gente tinha eliminado, como a poliomielite, porque ela acontece em outros países do mundo. A mobilidade fácil que se tem atualmente pode levar o vírus para outros países", afirma Cunha.
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